
Comprei uma televisão nova…
Há cerca de duas semanas a minha televisão da sala começou a dar sinais de cansaço. As cores distorcidas, a imagem desfocada, enfim, o princípio do fim. Escusado será dizer que o aparelho, que obviamente tem vontade própria, começou a demonstrar os sintomas da “doença” no exato momento em que eu assistia ao último episódio de uma série que venho seguindo ultimamente. Claramente, a “maquineta” fê-lo só para me irritar. Ou então, queria despedir-se em grande.
Certo é que, ao final de duas semanas de alguma irritação, e considerando simultaneamente os conselhos de alguns amigos, tão especialistas na matéria como eu, que iam no sentido da “morte anunciada” do televisor, resolvi começar a pesquisar por um aparelho novo.
A compra da minha anterior televisão, já no longínquo ano de 2010, foi feita numa loja da especialidade, que se situava perto de minha casa (refiro “situava” porque há uns anos fechou). O processo de compra foi o “normal”: fui atendido na loja por um senhor, que me informou das várias alternativas à minha disposição dentro do orçamento que eu indiquei, e que me mostrou os vários aparelhos expostos na prateleira da loja. Acabei por selecionar um deles, que na altura me pareceu o mais adequado em termos de relação qualidade/preço. O televisor durou sete anos sem ter problemas, o que considero aceitável.
Em 2017 tudo foi diferente de 2010. Desta feita não me dirigi a nenhuma loja física. Fui ao Google, e pesquisei por “Smart TV”. Esta simples pesquisa permitiu-me aceder a diferentes informações úteis, das quais destaco: a) vários conselhos práticos sobre como fazer a melhor escolha; b) onde encontrar o melhor preço para o tipo de aparelho escolhido.
Por exemplo, o meu caro amigo leitor sabe qual o tamanho ideal de ecrã para a sua sala? Eu confesso que desconhecia. Agora sei que existe uma tabela de correspondência, que relaciona o tamanho do ecrã com a distância a que o televisor fica de nós. E tive em conta esta informação útil na compra que efetuei. Não sou nem quero ser especialista em eletrónica de bens de consumo, mas esta informação técnica foi-me extremamente útil, e influenciou positivamente o meu processo de compra. Eu, enquanto comprador, pretendo acima de tudo informação simples, útil, e clara que me permita fazer a melhor escolha.
Após a pesquisa técnica, e escolhido o modelo pretendido, parti para a segunda fase do processo: o preço. Voltei ao Google, e pesquisei pela marca e modelo que tinha escolhido. Rapidamente tinha informação sobre os preços de venda de vários revendedores. Escolhi o melhor preço, que incluía a entrega e montagem em minha casa.
Partilhei esta experiência consigo, caro leitor, que provavelmente está a vivenciar o mesmo processo de mudança. Analisados os dois processos de compra, sete anos passados representam efetivamente uma enorme diferença.
O paradigma mudou e está a transformar rapidamente o mercado de retalho. Em grande parte dos casos, ter uma rede alargada de lojas físicas já não é sinónimo de criação de valor para o cliente. Veja-se o exemplo da Toys R’US, que recentemente entrou em processo de falência. Este modelo de negócio parece ter os dias contados. Há alguns (poucos) anos atrás alguém imaginaria este cenário?
Se trabalha no retalho, permita-me um conselho: esteja atento a este processo de profunda mudança, pois o seu negócio/empresa pode estar em risco.
Até breve!
Marco Libório
CEO da UWU Solutions / Consultor / Docente
Caro amigo!
O que tu fizeste é o meio termo entre as duas “novas” tendências de consumo desde há algum tempo a esta parte, a ROPO – Research Online Purchase On-Store e a PORO – Purchase Online Research On-Store.
Abraço!
Jorge Bolotinha
Amigo Jorge, muito obrigado pelo teu comentário. Já nos ensinaste algo ;). Grande abraço